terça-feira, 31 de agosto de 2010

proposta incial

“Olho, o corpo e a história da imagem” é espetáculo de dança formado pelo encadeamento de cinco video-instalações imersivas que tratam da relação do corpo com sua imagem.
A presença física de um corpo é imprescindível para o funcionamento das instalações, criando circuitos fechados que interferem poeticamente na arquitetura do espaço de apresentação. O objetivo principal é estabelecer um campo expressivo entre o corpo, a tecnologia e o espaço, meios entre os quais a visualidade se forma.
A concepção original surgiu do interesse em rever o início do desenvolvimento da linguagem audiovisual, especificamente a transição entre a fotografia e o cinema, além de investigar os jogos ilusionistas conseguidos com reflexos, sombras e espelhos que compunham os efeitos especiais do teatro neste período. As pesquisas de visionários do século XIX, como Daguerre, Marey e Muybridge, marcadas pelo desenvolvimento tecnológico, explicitando a visão de mundo que formavam essas primeiras imagens com movimento, inauguraram uma nova visualidade que liberou a arte para outros modos de representação do real. As instalações colocam o corpo neste contexto, em que a imagem se forma num cruzamento entre o científico e o mágico. O tema se configura então como um jogo entre a visão e a visualidade do corpo, o que nos leva às idéias de auto-imagem, propriocepção e fetichismo.
A criação de visualidades híbridas e efêmeras, visíveis apenas pelo jogo de espelhamento entre máquina e corpo, visa salientar o caráter descartável da individualidade e enfatizar os aspectos relacionais do corpo. O performer dança a partir do jogo de relações entre a imagem, a sombra e a fisicalidade de seu corpo, criando relações com as máquinas que ampliam a expressividade da dança em efeitos visuais que dialogam com a arquitetura, criando uma ambiência poética.

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