terça-feira, 1 de novembro de 2011

terça-feira, 31 de agosto de 2010

proposta incial

“Olho, o corpo e a história da imagem” é espetáculo de dança formado pelo encadeamento de cinco video-instalações imersivas que tratam da relação do corpo com sua imagem.
A presença física de um corpo é imprescindível para o funcionamento das instalações, criando circuitos fechados que interferem poeticamente na arquitetura do espaço de apresentação. O objetivo principal é estabelecer um campo expressivo entre o corpo, a tecnologia e o espaço, meios entre os quais a visualidade se forma.
A concepção original surgiu do interesse em rever o início do desenvolvimento da linguagem audiovisual, especificamente a transição entre a fotografia e o cinema, além de investigar os jogos ilusionistas conseguidos com reflexos, sombras e espelhos que compunham os efeitos especiais do teatro neste período. As pesquisas de visionários do século XIX, como Daguerre, Marey e Muybridge, marcadas pelo desenvolvimento tecnológico, explicitando a visão de mundo que formavam essas primeiras imagens com movimento, inauguraram uma nova visualidade que liberou a arte para outros modos de representação do real. As instalações colocam o corpo neste contexto, em que a imagem se forma num cruzamento entre o científico e o mágico. O tema se configura então como um jogo entre a visão e a visualidade do corpo, o que nos leva às idéias de auto-imagem, propriocepção e fetichismo.
A criação de visualidades híbridas e efêmeras, visíveis apenas pelo jogo de espelhamento entre máquina e corpo, visa salientar o caráter descartável da individualidade e enfatizar os aspectos relacionais do corpo. O performer dança a partir do jogo de relações entre a imagem, a sombra e a fisicalidade de seu corpo, criando relações com as máquinas que ampliam a expressividade da dança em efeitos visuais que dialogam com a arquitetura, criando uma ambiência poética.

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Mapas de Video

Sesc Pinheiros
Galeria Olido

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

1º set - Metodologia Exposta

Montagem: Um performer opera a câmera percorrendo o corpo do outro, um foco de luz acoplado a câmera ilumina um percurso na pele do outro performer que se movimenta a partir desta sensação. O dançarino segura o projetor no centro do seu corpo, de modo que qualquer movimentação faça a imagem percorrer o espaço, numa dança que dialoga com o ritmo da movimentacão da câmera. O resultado é um jogo de influências entre o ritmo das três movimentações, a do corpo, a da câmera e a do projetor.



Conceito: Este set remete ao voyerismo dos primórdios da medicina, em que o interior do corpo humano despertava o interesse ávido de curiosos. As aulas de medicina eram cercadas por olhos atentos, as operações eram verdadeiros shows de horror, em que a dilatação da dor do paciente amarrado sem anestesia impressionava a todos os expectadores possibilitando uma catarse de maior impacto que qualquer espetáculo teatral, como se a sensação saltasse do corpo e atingisse os expectadores.

Referências:

Rembrandt


Gunther von Hagens

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

2º set - Entremeio

Montagem: Jogo de perspectiva entre um projetor e uma câmera que capta um close do corpo do performer e o projeta sobre seu próprio corpo, criando uma sobreposicão de peles. O resultado é um buraco disforme dançando dentro da imagem. Uma segundo projetor, cruzando o primeiro, projeta uma endoscopia na parede ao lado. São dois closes do corpo expandidos para fora dele, com duas sombras diferentes de um mesmo referente, gerando uma espacialidade extra-corporal que subverte os limites do corpo, como se este estivesse do avesso.



Conceito: Este set remete ao antropocentrismo inevitável à experiência humana, à idéia de que sempre seremos o ponto central a partir do qual percebemos o mundo. Na lógica das sensações é o corpo que cria o espaço, o estabelece a partir de si, não de uma imagem visual exteriorizada, mas do reconhecimento de uma potencialidade sensorial. A imagem que figura essa idéia é a do Homunculus,. O set de vídeo cria distorções que estendem o corpo e confundem sua organização.

Referências

Homunculus


Tarsila do Amaral


Picasso


Gunther von Hagens

3º set - Supereu

Montagem: Jogo de perspectiva criado pelo posicionamento de uma câmera em oposição a um projetor, de tal modo que a imagem da frente do performer seja projetada nas suas costas. O intérprete relaciona-se com sua própria imagem, hora aproximando-se da câmera fazendo com que sua imagem aumente e seu corpo físico pareça estar dentro deste duplo virtual, hora afastando-se da câmera de modo que a imagem diminua a ponto de ser projetada inteiramente sobre seu corpo físico. Cria-se um jogo de dimensões em que o corpo e a imagem alternam-se como conteúdo e continente. Um segundo projetor, conectado a um dvd player, projeta um close do performer cruzando a primeira imagem e gerando uma segunda sombra na parede lateral.



Conceito: Esta instalação remete a identificação imediata que temos com nossa imagem. A partir dela traçamos nossa pessoalidade, considerando que a identidade reside no corpo, mais especificamente no rosto. Por outro lado a sombra sempre se interpõe entre o corpo e a auto imagem, mostrando outros ângulos ou “esburacando” a imagem. O jogo de perspectiva remete ao cubismo cristalino, apresentando todas as faces de um mesmo objeto simultaneamente a fim de sintetiza-lo.

Referências:

Picasso

4º set - Multidão em série

Montagem: Set com uma câmera e projetor posicionados na mesma direção, captam a imagem do corpo e a multiplica na parede em frente. O performer dança transitando entre diferentes posturas corporais que remetem a diversos momentos da representação do corpo na história das artes plásticas. O performer que opera a câmera provoca deslocamentos deste rastro de imagem enquanto o outro dança num mesmo lugar.



Conceito: Esta instalação ilustra a idéia de que o corpo é dotado de uma visibilidade que se expande pelo espaço. A forma perdura no tempo, se multiplica gerando semelhanças que a perpetuam.

Referências:

Duchamp


Andy Warhol